• Redação - 28/10/2025 08:30 || Atualizado: 30/10/2025 10:45

A Justiça Eleitoral da 35ª Zona de Gilbués cassou os mandatos do prefeito de Monte Alegre do Piauí, Dijalma Gomes Mascarenhas, e do vice-prefeito, Clézio Gomes da Silva, eleitos nas eleições de 2024. A decisão, assinada pelo juiz Antônio Fábio Fonseca de Oliveira, reconheceu que houve abuso de poder político e compra de votos durante a campanha. Ambos também ficarão inelegíveis por oito anos.

A sentença foi resultado de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que apontou práticas de coação e promessa de benefícios em troca de apoio político. De acordo com o processo, os então candidatos teriam visitado uma residência na localidade Riacho Morto acompanhados de seguranças armados, ameaçando retirar famílias de imóveis públicos e cortar o abastecimento d’água comunitário caso não recebessem votos.

Testemunhas também relataram que Dijalma prometeu entregar escrituras de imóveis públicos a moradores em troca de apoio eleitoral. Após o pleito, a Justiça constatou retaliações políticas, como a exclusão de servidores ligados à oposição da folha de pagamento municipal.

A defesa dos réus alegou perseguição política e sustentou que as acusações careciam de provas materiais, mas o magistrado considerou robusto o conjunto de evidências. “As provas colhidas são firmes ao demonstrar o uso do cargo público para intimidar eleitores com ameaças e vantagens indevidas em pleno período eleitoral”, destacou o juiz.

Com a cassação, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) será comunicado para marcar novas eleições em Monte Alegre do Piauí, conforme determina o artigo 224 do Código Eleitoral.

A decisão foi proferida em 25 de outubro de 2025, e cabe recurso ao TRE-PI.