• Redação - 05/11/2025 18:33 || Atualizado: 05/11/2025 18:41

Victor Linhares de Paiva, 37 anos, empresário, administrador e político de Teresina, surgiu nesta quarta-feira (5) como um dos alvos da Operação Carbono 86, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí. A ação investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com ramificações atribuídas à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Até então filiado ao Progressistas e recentemente vinculado ao União Brasil, Linhares acumulava na capital piauiense as funções de ex-vereador, ex-secretário municipal de Articulação Institucional da gestão do prefeito Sílvio Mendes e de aliado político próximo do senador Ciro Nogueira.

Ao do prefeito Silvio Mendes, Victor durante filiação no União Brasil em março deste ano

Eleito em 2024 com pouco mais de 3,4 mil votos para a Câmara Municipal de Teresina, Linhares consolidou sua trajetória política sob o apadrinhamento de Ciro Nogueira, uma das principais lideranças do Progressistas no Piauí. Em 2025, foi nomeado para uma das pastas estratégicas da Prefeitura, criada para articular a captação de projetos federais e recursos para Teresina, e já havia anunciado planos de disputar uma vaga de deputado em 2026.

Agora, no entanto, ele figura entre os investigados em uma operação de grande repercussão nacional, o que pode comprometer não apenas sua carreira política, mas também a imagem do grupo ao qual está ligado.

Operação Carbono 86

A Operação Carbono 86 revelou um complexo sistema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 5 bilhões provenientes do tráfico de drogas. Segundo as investigações, os valores eram dissimulados por meio de empresas de fachada, aplicações em fundos e plataformas financeiras digitais, além de fraudes no setor de combustíveis.

Como parte da ofensiva, 49 postos de combustíveis foram interditados em municípios do Piauí, Maranhão e Tocantins — sendo 16 apenas em Teresina.

Entre os bens apreendidos estão um avião monomotor Cessna 210M, pertencente a um dos empresários investigados, e um veículo de luxo Porsche. Mandados de busca também foram expedidos para localizar três aeronaves de alto padrão ainda desaparecidas.

A operação resultou ainda no bloqueio de R$ 348 milhões em contas de dez pessoas físicas e de cerca de 60 empresas associadas ao grupo criminoso.