• Redação - 08/10/2025 14:14 || Atualizado: 08/10/2025 17:05

A empresa Ibero Lusitana Empreendimentos e Locações Ltda, atualmente responsável pelo serviço de coleta de lixo em Teresina, voltou a ser alvo de investigação do Ministério Público do Piauí (MPPI), desta vez no município de Floriano. A promotoria apura possíveis irregularidades em um contrato de R$ 721 mil, firmado com a Prefeitura local, administrada por Antônio Reis, para serviços de limpeza urbana e combate à dengue.

Nos bastidores da política piauiense, comenta-se que a mesma empresa, registrada no Sítio Marinema, zona rural de Tianguá (CE), seria ligada à empresária Érika Batista Pinheiro, esposa do também empresário conhecido como Marcos, que teria faturado milhões em contratos públicos. A Ibero Lusitana vem chamando atenção pelo volume e pela sequência de contratações em diferentes gestões municipais, especialmente no setor da limpeza pública.

Em Teresina, a empresa venceu o processo licitatório promovido pela Prefeitura de Silvio Mendes para gerenciar parte do sistema de coleta de lixo da capital. O contrato foi alvo de críticas de empresários do setor, que apontam supostas irregularidades e favorecimento no processo licitatório. O caso ocorre em meio ao agravamento da crise na limpeza urbana da capital, marcada por atrasos na coleta e acúmulo de lixo em vários bairros.

Em Floriano, o MPPI instaurou procedimento após relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) apontar indícios de direcionamento e manipulação no processo que resultou no contrato firmado com a Ibero Lusitana. Segundo o TCE, o município teria alterado exigências técnicas no edital para impedir a participação de outras empresas concorrentes, o que reforça a suspeita de favorecimento.

Essa não é a primeira vez que o nome da empresa aparece em denúncias. Em 2021, durante a gestão do então prefeito Joel Rodrigues, hoje presidente dos Progressistas no Piauí, a Ibero Lusitana venceu outra licitação milionária em Floriano, avaliada em mais de R$ 7,2 milhões, também para limpeza urbana. O contrato foi alvo de questionamentos sobre a execução dos serviços e suposta má gestão dos recursos públicos.

Com contratos que já ultrapassam R$ 20 milhões somando diferentes gestões municipais, a empresa passou a ser vista como uma espécie de “campeã das licitações do lixo” no Piauí. A reincidência de contratos e as denúncias sobre possíveis irregularidades levantam suspeitas sobre um esquema de favorecimento empresarial dentro de prefeituras piauienses.

Agora, com o avanço das investigações do MPPI, cresce a pressão para que sejam apurados os vínculos políticos e empresariais por trás da Ibero Lusitana, que se tornou presença constante em licitações públicas milionárias, tanto em Floriano quanto em Teresina, duas cidades que, ironicamente, enfrentam graves problemas na coleta de lixo.