• Redação - 18/11/2025 12:34 || Atualizado: 18/11/2025 12:38

O colunista do ICL Notícias, Luís Costa Pinto, comentou no programa Desperta ICL desta terça-feira (18) a prisão de Daniel Vorcaro e Augusto Lima, acionistas do Banco Master, detidos pela Polícia Federal durante a Operação Compliance Zero. A investigação apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integradas ao Sistema Financeiro Nacional.

Durante o programa, Costa Pinto destacou as relações políticas de Vorcaro em Brasília. Segundo ele, o empresário mantém proximidade com Ciro Nogueira (PP-PI), Antonio Rueda, presidente do União Brasil, e Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara.

“O Vorcaro tem um laço muito estreito com organizações políticas em Brasília. Os maiores amigos dele na política são Ciro Nogueira, Antonio Rueda e Arthur Lira”, afirmou o colunista.

Negociação com o BRB

Em março, o Banco de Brasília (BRB) chegou a aprovar a compra de participação majoritária no Banco Master, operação que envolvia ativos avaliados em aproximadamente R$ 23 bilhões. O objetivo seria evitar a crise de liquidez da instituição.

Segundo Costa Pinto, Vorcaro buscou apoio político para viabilizar o negócio. Ele afirma que Ciro Nogueira teria apresentado o empresário ao Governo do Distrito Federal (GDF), administrado por Ibaneis Rocha (MDB), para tentar viabilizar o resgate financeiro do Banco Master por meio do BRB.

O acordo, no entanto, não avançou. Após meses de análise, o Banco Central vetou a operação, alegando risco ao erário público. Nesta terça-feira, após as prisões, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master.

Risco ao Fundo Garantidor

Costa Pinto também afirmou que o banco vinha se alavancando ao vender CDBs com rentabilidade de até 150% do CDI — um retorno considerado incompatível com operações seguras. Segundo ele, o volume dessas emissões chegou a ameaçar até 60% do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Por isso, o Master já era alvo de investigações por gestão temerária, gestão fraudulenta e organização criminosa, tendo Vorcaro como principal controlador.

Pressão política e tentativas de evitar a liquidação

O colunista relatou ainda que, diante da crise, o empresário buscou novos sócios para tentar impedir a liquidação extrajudicial. Porém, a medida não se concretizou. Na noite anterior à operação, ele teria tentado uma “ação diversionista” para evitar o bloqueio, mas a PF já estava com os mandados prontos.

“Estamos diante de uma das mais relevantes liquidações extrajudiciais desde o caso Marka-FonteCindam”, afirmou Costa Pinto.

Com o banco liquidado, Vorcaro e seus sócios poderão ter de responder com seus patrimônios pessoais pelo rombo financeiro e ficam impedidos de atuar no mercado até a conclusão das investigações.