Redação - 29/10/2025 12:23 || Atualizado: 29/10/2025 14:18
O jornalista piauiense Arimatéia Azevedo, proprietário do Portal AZ, em Teresina, enfrenta uma série de condenações na Justiça por crimes como estelionato, extorsão, calúnia e difamação. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da idade avançada e de problemas graves de saúde. A primeira prisão ocorreu em 12 de junho de 2020, pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), durante cumprimento de mandado de prisão preventiva por crime de extorsão qualificada, expedido pela Justiça do Piauí. Segundo as investigações, o jornalista estaria extorquindo um empresário de Teresina, publicando notícias contra o profissional que, depois de várias tentativas, realizou o pagamento de R$ 20 mil em dinheiro a um homem de confiança de Arimateia.
A primeira e mais pesada condenação foi proferida em fevereiro de 2022, quando o jornalista recebeu pena de 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, por estelionato e falsificação de documentos. Segundo a sentença, Azevedo teria inserido informações falsas em documentos do Portal AZ para obter vantagens financeiras indevidas junto ao Governo do Estado do Piauí. O valor desviado foi estimado em cerca de R$ 68 mil.
Meses depois, em agosto de 2022, ele foi condenado novamente, dessa vez a 8 anos e 4 meses de prisão por extorsão. A denúncia do Ministério Público apontou que o jornalista, com apoio de um advogado, exigiu pagamento de um empresário para evitar a publicação de uma matéria negativa no portal. O caso ficou conhecido como um dos episódios mais polêmicos da imprensa piauiense.
Além disso, Arimatéia Azevedo também foi sentenciado a 3 anos de detenção, convertidos em restrições de direitos, por caluniar, difamar e injuriar um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí.

Apesar do histórico de condenações, Azevedo conseguiu, em outubro de 2022, autorização do STF para cumprir pena em casa, com base em laudos médicos que atestaram cardiopatia, diabetes e aneurisma. O ministro Gilmar Mendes entendeu que o jornalista não representava risco à ordem pública e determinou o monitoramento em regime domiciliar.
No entanto, ele ainda responde a outras ações penais e recursos que tramitam no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Parte das condenações foi alvo de questionamentos da defesa, que tenta anular provas e reduzir penas.
Conforme levantamento do Ministério Público Federal e da imprensa local, as empresas ligadas a Arimatéia Azevedo não possuíam estrutura compatível com o volume de dinheiro movimentado, o que reforçou as acusações de fraude e obtenção ilícita de recursos públicos.
A soma das penas ultrapassa 20 anos de prisão, tornando o caso um dos mais emblemáticos envolvendo figuras públicas e o uso indevido da atividade jornalística no Piauí.
Outras vezes
Não foi a primeira vez que Arimateia é preso sob acusação de extorsão. Em 2005, ele também foi preso acusado coagir uma advogada, que representava pessoas que o processam. Dias depois acabou sendo solto poe decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Condenações:
9 anos e 4 meses — Estelionato e falsificação de documentos (2022)
8 anos e 4 meses — Extorsão (2022)
3 anos — Calúnia e difamação (2021)
Situação atual: Prisão domiciliar autorizada pelo STF

