O delegado Ferdinando Martins, coordenador do Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR), afirmou durante coletiva para imprensa, nesta terça-feira (14) que a Operação Gabinete de Ouro, que prendeu a ex-assessora e sobrinha do ex-prefeito Dr. Pessoa, Suelene Pessoa — conhecida como “Sol” —, é apenas o pontapé inicial de uma série de investigações que devem expor um grande esquema de corrupção dentro da antiga gestão da Prefeitura de Teresina.
Segundo o delegado, as investigações apontam que a então chefe de gabinete de Dr. Pessoa concentrava o controle de pagamentos, contratações e salários, operando um esquema de “rachadinha” com servidores e intermediando pagamentos para fornecedores. “Ela centralizava todos os trâmites, tinha poder sobre as lotações e até sobre os salários de comissionados. Era uma rachadinha clássica”, disse Ferdinando.
A operação já resultou no bloqueio de R$ 75 milhões em bens, veículos e imóveis, e os investigadores detectaram movimentações financeiras milionárias incompatíveis com a renda dos envolvidos. “Um dos investigados movimentou R$ 5,2 milhões só em 2022 e, entre 2020 e 2023, o valor chega a mais de R$ 14 milhões. Foi detectada uma grande quantidade de dinheiro em espécie, tanto em saques quanto em depósitos”, revelou o delegado.
Ferdinando destacou que o trabalho da DECCOR contou com o apoio do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil e que a operação ainda deve avançar. “Hoje é só o começo. Esse é o primeiro passo para desvendar toda a teia de corrupção da antiga gestão municipal”, concluiu.