Redação - 30/07/2025 11:44 || Atualizado: 30/07/2025 11:46
O que poderia ser mais um caso isolado de desvio em uma estatal revela, segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), uma rede criminosa que teria transformado a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) em um verdadeiro balcão de negócios.
No centro das investigações está o servidor Francisco José da Costa, acusado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de montar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo parentes no interior do Piauí.
De acordo com o MP, as irmãs de Francisco, Emilene Ferreira da Costa e Maria Emilia Neta do Nascimento, ambas de Batalha (PI), receberam ao menos R$ 935 mil em propinas, atuando como “laranjas” para movimentar e pulverizar recursos ilícitos. Já a esposa, Maria Bernadete Machado, é apontada como peça-chave no “núcleo financeiro” — ela usava o supermercado de fachada “O De Casa” para lavar grandes quantias em dinheiro.
Relatórios do Coaf indicaram que o estabelecimento movimentou mais de R$ 7,4 milhões em depósitos em espécie em apenas um ano, valor completamente incompatível com a realidade de uma cidade de 26 mil habitantes.
Mensagens de WhatsApp apreendidas mostram o controle rígido de Francisco sobre o esquema: em uma delas, ele ordena à irmã que faça transferências de R$ 10 mil para contas de outros servidores da Novacap. Em outra, repreende a parente por mencionar nomes nas conversas.
As investigações apontam ainda para o envolvimento de empresas de fachada, políticos e outros servidores, ampliando o alcance do suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que, segundo o Gaeco, se tornou uma engrenagem de desvio sistemático dentro da Novacap.
O caso segue sob investigação e promete novos desdobramentos.
Com informações Metropóles