Redação - 06/08/2025 13:06 || Atualizado: 15/08/2025 10:16
O ex-vice-prefeito de Teresina e ex-secretário de Finanças, Robert Rios Magalhães, prestou depoimento contundente nesta quarta-feira (6), durante a CPI do Déficit Bilionário, apontando uma grave interferência política na administração financeira municipal.
Segundo Robert, o então presidente da ETURB, João Pessoa (filho do ex-prefeito Dr. Pessoa), proclamou em dezembro de 2022 que “somente poderiam ser pagos os fornecedores constantes de listas previamente elaboradas por ele e que seriam repassadas à Secretaria de Finanças”. Ele relatou que a então secretária, doutora Odimirtes, recebeu essas instruções verbalmente e, seguindo sua orientação, tratou listas com cuidado em embalagens plásticas para preservar eventuais impressões digitais.
“Ele chega e diz: ‘só pago quando eu autorizar. Vou trazer a lista das empresas a serem pagas e a senhora vai executar o pagamento’. A Odimirtes me ligou e apresentou a situação. Eu disse que o prefeito jamais faria isso e pedi para ele confirmar com o pai dele. E o Dr. Pessoa confirmou: só paga com autorização do João.” A Odimirtes recebeu as listas em envelope, sem tocar. Eu peguei tudo e levei ao Ministério Público – para o doutor Malato – e prestei dois depoimentos. Também procurei a Polícia Civil, me oferecer para depor e revelar tudo.”, declarou Robert.
O ex-vice-prefeito ressaltou que foi orientado a manter silêncio na época, mas decidiu se manifestar agora, cerca de dois anos e meio depois, ressaltando: “Delegado há 40 anos, eu sei quanto tempo demora uma investigação.”
Robert afirmou desconhecer os avanços das investigações e que, apesar do teor grave das denúncias, “ninguém quis me ouvir” tanto na Polícia Civil quanto no Ministério Público naquela época. Ele lamentou o andamento lento do processo, ressaltando que está à disposição para colaborar com o desenrolar dos trabalhos investigativos.