• Redação - 24/10/2025 16:49 || Atualizado: 24/10/2025 16:54

As investigações da Operação Interpostos avançam e agora miram a aplicação de emendas culturais durante a gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa (2021–2024). O Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) requisitou um relatório completo à Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FMC), detalhando valores pagos, beneficiários, objetos das despesas e documentos que comprovem cada gasto.

A nova linha de apuração investiga o uso de “laranjas” e o possível desvio de recursos públicos destinados à Cultura no período entre 2020 e 2024. Entre os nomes que passaram pelo comando da FMC e estão sob análise estão Neto do Angelim, nomeado em maio de 2023, e Stanley Freire, que assumiu o órgão em março de 2024.

Segundo a Polícia Civil, a Operação Interpostos é um desdobramento direto da Operação Gabinete de Ouro, que revelou indícios de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito dentro da antiga gestão municipal. As investigações em andamento já resultaram em bloqueios e apreensões que ultrapassam R$ 70 milhões, incluindo imóveis de luxo e veículos de alto valor.

Na área da Cultura, os investigadores buscam identificar pagamentos suspeitos de emendas parlamentares, patrocínios, cachês e contratos artísticos, verificando a execução real dos projetos e o destino final do dinheiro. As análises envolvem cruzamento de dados bancários, notas fiscais e empenhos, além da checagem de vínculos entre os favorecidos e pessoas ou empresas já citadas nas quebras de sigilo.

O DECCOR também solicitou o histórico de nomeações, e-mails institucionais e prestações de contas da FMC, com o objetivo de reconstituir a cadeia de comando e as decisões financeiras.

As autoridades não descartam novos mandados judiciais nos próximos dias, conforme avancem as perícias contábeis e rastreamentos bancários em curso.