• Redação - 17/11/2025 16:01 || Atualizado: 17/11/2025 18:26

O Ministério Público do Piauí pediu a prisão preventiva dos empresários investigados na Operação Carbono Oculto 86, que desmantelou um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro já atribuídos ao PCC na região. A ofensiva da Polícia Civil já levou ao fechamento de 49 postos de combustíveis espalhados por Piauí, Maranhão e Tocantins — todos ligados ao grupo empresarial suspeito.

Entre os alvos do pedido de prisão estão os empresários Haran Santhiago Girão Sampaio e Danilo Coelho de Sousa, figuras conhecidas do setor de combustíveis e presença constante em redes sociais, sempre cercados de ostentação. Segundo apuração da TV Lupa1, o MP-PI sustenta o pedido com base em duas suspeitas gravíssimas: Vazamento de informações antes do início da operação e Tentativa de ocultação de patrimônio após o avanço das apurações.

A investigação aponta que as empresas envolvidas movimentaram R$ 5 bilhões em transações consideradas atípicas — um fluxo financeiro absolutamente incompatível com a atividade declarada e que, segundo os investigadores, alimentaria o caixa paralelo do PCC no Nordeste.

A Justiça também determinou a apreensão dos passaportes dos empresários e de suas esposas, Thamyres Leite e Thayres Leite, impedindo que o quarteto deixe o país enquanto as apurações se aprofundam. A medida reforça o entendimento de que há risco concreto de fuga e de destruição de provas.

Durante os mandados de busca, um cenário de ostentação veio à tona: foram apreendidos um Porsche de R$ 550 mil e um avião Cessna Aircraft 210M pertencente a Haran Santhiago. Três outras aeronaves registradas em nome dos investigados simplesmente não foram encontradas, reforçando a suspeita de ocultação de bens — uma das razões centrais do pedido de prisão.

Com uma rede milionária interditada, patrimônio de alto valor bloqueado, apostas de fuga sob vigilância e suspeitas de vazamento de informações internas, o caso se transforma em um dos episódios mais sensíveis já enfrentados pelo Estado na luta contra o crime organizado. O impacto econômico, político e institucional da Carbono Oculto 86 ainda está longe do fim — e o MP-PI tenta evitar que ele escape pelo céu, pela pista ou pelos bastidores.

Com informações Lupa 1