Redação - 04/12/2025 12:10 || Atualizado: 04/12/2025 12:19
O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) denunciou o empresário Haran Santhiago Sampaio e João Revoredo Filho pelo crime de adulteração de combustíveis. A acusação tem como base provas coletadas durante a Operação Carbono Oculto 86, da Polícia Civil, que apura um esquema criminoso envolvendo lavagem de dinheiro, fraude no mercado de combustíveis e possível ligação com facção criminosa.
Segundo o Ministério Público, sete pessoas foram alvos da operação, e 47 empresas tiveram as atividades suspensas por decisão judicial, sendo 39 postos de combustíveis pertencentes a Haran Santhiago e a seu sócio, Danillo Coelho.
A denúncia destaca a fiscalização do Procon no posto de Lagoa do Piauí, pertencente a Haran, após queixas de motoristas da cidade. Laudos constataram que o óleo diesel S-500B estava irregular, apresentando: Turbidez, contrariando especificações da ANP; Teor de água de 387 mg/kg, muito acima do indicado pela distribuidora (98,8 mg/kg), caracterizando contaminação e degradação.
O relatório também mostra imagens em que tanques do posto estavam expostos e em obras, o que aumentava o risco de contaminação por sedimentos e água.
De acordo com a denúncia, João Revoredo admitiu ser o responsável pelo controle de qualidade dos combustíveis, além de orientar funcionários sobre os testes, tanto em interrogatório quanto em tentativa de acordo extrajudicial (ANPP). Por isso, ele foi denunciado junto com Haran.
Já documentos societários comprovam que Haran Santhiago era proprietário ou gestor direto das empresas do grupo HD Petróleo, exercendo poder de mando sobre as operações do posto denunciado.
O promotor José William esclareceu que as denúncias estão sendo separadas por fatos. Nesta primeira etapa, o foco é exclusivamente a adulteração de combustíveis no posto de Lagoa do Piauí. Outros crimes, como adulteração em outros postos, lavagem de dinheiro e organização criminosa, ainda estão sendo investigados e novas denúncias podem ocorrer com a conclusão dos inquéritos.
O Portal PIN Piauí tentou entrar em contato com a defesa dos acusados, porém não oberteve retorno. O espaço segue aberto para a defesa.
