• Redação - 21/11/2025 11:40 || Atualizado: 25/11/2025 13:33

A Polícia Civil do Piauí detalhou, nesta sexta-feira (21), a segunda fase da Operação Laverna, que apura crimes digitais ligados à divulgação de plataformas de apostas ilegais e rifas irregulares nas redes sociais. Um dos principais alvos é o influenciador conhecido como Vítor Mídia, que possui 160 mil seguidores no Instagram e teria acumulado cerca de R$ 3 milhões em patrimônio após entrar no esquema.

De acordo com o delegado Ayslan Magalhães, Vítor trabalhava como mecânico em 2022 e apresentou “ascensão financeira repentina” após começar a promover rifas. Na casa dele, foram apreendidos dois carros de luxo, além de documentos que comprovam a compra recente de uma casa de R$ 500 mil e a abertura de uma loja de motos.

O influenciador alegou que parte do dinheiro era destinada a ações beneficentes, mas a Polícia Civil afirma que rifas só são legais quando promovidas por entidades sem fins lucrativos, o que não foi identificado. A investigação também apura se os prêmios divulgados nas redes sociais foram realmente entregues.

Além de Vítor Mídia, outros quatro influenciadores são investigados. O grupo teria movimentado mais de R$ 5 milhões em transações consideradas incompatíveis com a renda formal declarada. Entre os investigados, foram identificadas movimentações individuais que variam de R$ 213 mil a R$ 1,6 milhão. Um deles recebeu mais de R$ 1,1 milhão em microcréditos de até R$ 20 enviados por mais de 3 mil pessoas, padrão típico de rifas clandestinas.

Os alvos também apresentaram alterações suspeitas no imposto de renda, com variações de até R$ 200 mil em um ano. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além da aplicação de medidas cautelares, como proibição de divulgar jogos, entrega de passaportes e restrição de saída do Piauí e do país. No total, cinco carros e 15 motocicletas foram apreendidos.

A primeira fase da Operação Laverna, deflagrada em 11 de setembro, segue em andamento. A Polícia Civil aguarda a extração de dados para concluir o inquérito envolvendo três influenciadoras, com prazo estendido por mais 60 dias.